terça-feira, 19 de dezembro de 2017

2017 um ano para esquecer




Mais um ano a chegar ao fim e 2017 foi um ano muito duro para a agricultura e a apicultura não escapou pois sendo uma atividade completamente dependente de fatores climatéricos o apicultor nada pode fazer para inverter as condições.

O ano começou logo com grandes anomalias climáticas em parte vindas já de 2016 com a seca a prolongar-se até finais de 2017.

No litoral do país até foi um ano acima da média mas apenas numa pequena porção de terreno junto ao mar e onde a plantação de eucalipto era predominante.

No interior do país ´medida que a primavera avançava notava-se que colheita de primavera estava cada vez mais comprometida pois além da seca houve ventos sem cessar de Março até Julho tendo havido apenas duas noites de orvalho, orvalho esse essencial ás produções de Primavera. Também em plena primavera as temperaturas foram baixas impedindo o bom aproveitamento das florações de rosmaninho.

O pólen que por hábito ia safando de alguma forma a colheita em 2017 até esse foi 60% inferior aos anos anteriores embora ainda melhor que o mel pois aí a queda foi de 80%, o que do ponto de vista viabilidade econômica foi um desastre para as explorações.

Em Junho começaram as desgraças a sério a juntar ás baixas produções vieram os 1ºs grandes incêndios com os 1ºs milhares de hectares ardidos milhares de colmeias, casas, fábricas, e sobretudo um recorde mundial a nível de percas de vidas humanas num só incêndio. Eu mesmo sofri um incêndio num apiário com 35 colmeias no qual perdi 5 completamente queimadas, situação muito dura para um apicultores estar a 300 metros das colmeias e ver as mesmas a arder e nada poder fazer.

Mas situação da apicultura não ia melhorar pois a esperança estava toda no mel de montanha (para os transumantes) pior que a má colheita de mel de flores nas zonas mais baixas a montanha ainda foi pior, talvez a pior colheita que algum apicultor se lembre. Já se adivinhavam dificuldades para o setor pois desde Janeiro os únicos e poucos apicultores com motivos para sorrir eram os nossos colegas do litoral.

O Verão foi avançando e a seca cada vez maior a água começou a escassear os animais iam ficando sem pasto (abelhas incluídas) e mais colmeias foram ardendo um pouco por todo país.

O Outono chegou e com ele a esperança de chuva, o que não veio a acontecer bem pelo contrário a seca cada vez maior o país estava uma bomba, bomba essa que veio a explodir dia 15 de Outubro mais uma vez destruição em grande escala novo recorde (triste) mundial 300 mil hectares ardidos num só dia, nunca antes visto (na Califórnia esta a arder há 15 dias e já arderam 81 mil hectares dizem os jornais) uma gota em relação a nós mais uma vez arderam milhares de colmeias (numero estimado 35000) e mais de 120000 ficaram sem pasto. Mais algumas centenas de casas ardidas armazéns e automóveis e pior 47 mortos dois dos quais apicultores, (numa 1ª fase os nossos governantes ignoraram como sempre as abelhas) embora (e bem) não esqueceram os outros animais vacas, ovelhas, cabras cavalos e outros. Passado um mês e depois de muito (pouco) barulho calaram os apicultores com 600 gramas de açúcar por colmeia tendo os apicultores já sem grandes possibilidades econômicas após dois anos sem produções que paguem os gastos de manutenção dos efectivos apícolas, lá tiveram que investir em alimentação para poder manter vivas as colmeias que conseguiram chegar vivas ao fim do ano. A juntar a isso há também uma grande mortandade devido á varroa e outros problemas das abelhas nomeadamente a vespa velutina e os roubos que continuam a ser um problema para já sem solução a curto prazo. Em relação aos roubos os mesmo podiam ser atenuados se as colmeias fossem todas marcadas e os quadros também e uma vez encontradas servissem de prova que pertenciam a apicultor com o numero marcado nas colmeias e quadros. Podia também passar pela colocação de pequenos chips nas colmeias, com um custo reduzido 1.50€ cada tal como acontece nos outros animais e dessa forma as autoridades a quando das vistas de campo podiam fazer o controlo da propriedade das colmeias no próprio apiário onde as mesmas se encontram.

Após tanta desgraça a macmel não podia ficar de fora na ajuda á reposição o efetivo nacional e dentro das nossas possibilidades contribuímos com a nossa ajuda de maneira a minimizar os estragos sendo ela na forma de moldagem de 1500 quilos de cera, 750 rainhas virgens e cinco enxames cujos destinatários já foram todos avisados e já sabem quem são, por outro lado em colaboração com os dirigentes da associação de apicultores a seita dabelha e conseguimos ter Apifonda a preços nunca vistos em Portugal o que de alguma forma veio também ajudar a manter as colmeias que escaparam ao flagelo de 2017.



2017 foi mais uma vez um ano de grande colaboração com a apicultura nacional por parte da macmel,

dia 21 de Janeiro estivemos nas jornadas apícolas em Mirandela,

dia 3 de Fevereiro na feira de Azuqueca de Henares,

dia 18 de Fevereiro Jornadas da Macmel e asso apicultores a seita dabelha,

dia 9 de Março na feira de Pastrana,

dia 11 de Março nas jornadas AALC na Mealhada,

1 e 2 de Abril formação craição rainhas em Faro, .

8 e 9 de Abril criação rainhas em Moura,

29 de Abril criação de rainhas e aniversário da Macmel,

20 de Maio desdobramentos com pacotes de abelhas,

30 de Maio maneio apicola em Barcelos,

2 de Junho feira de Arzua,

5 de Agosto apicultura na antiguidade Ibiza,

13 de Agosto concurso de doces com mel Pedras Salgadas

13 de Agosto concurso mel Pedras Salgadas

9 de Setembro forum nacional de apicultura

14 de Outubro jornadas da SAP Lisboa

15 de Outubro Formação CAL Loures

21 de Outubro feira de Torrelavega

5 de Novembro visita á macmel dos apicultores da AACPortugal

7 de Novembro encontro regional de apicultura Faro

12 de Novembro feira de las hurdes

17 de Novembro feira de Cordoba

24 de Novembro feira de Aldea Tejada Salamanca

9 de Dezembro jantar de Natal da turma da abelha



Para 2018 já temos previstas várias ações de apoio á apicultura nacional sendo:



16 de Janeiro ação de sensibilização da importância das abelhas no ecossistema e sensibilização dos estudantes da escola de Escola Profissional Infante D. Henrique (hotelaria e restauração) para utilização do mel nas suas ementas

27 Janeiro aproveitamento e utilização da cera

7 de Fevereiro apresentação dos benefícios das abelhas para o meio ambiente (escola Lisboa)

17 de Fevereiro Formação em Pedrogão Grande

24 de Fevereiro Jornadas Macmel e associação apicultores a seita dabelha

7 e 8 de Abril criação rainhas em Tomar

14 e 15 de Abril criação rainhas em Loures

28 de Abril Jornada com Gilles Fert lançamento do livro criação rainhas em Português e II encontro os amigos das abelhas.

5 e 6 de Maio Criação rainhas e produção de geleia real Macedo de Cavaleiros

12 e 13 de Maio criação rainhas e produção geleia real em Moura

19 de Maio desdobramentos com pacotes de abelhas

Em 2018 como vêm em cima podem continuar a contar com a macmel e a macmel espera continuar a merecer a vossa confiança.

Obrigado a todos  e que 2018 seja melhor que 2017 pois a apicultura bem precisa 

Carregue aqui para ver o nosso plano formação 2018


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